O Plant Based Treaty e as mudanças de hábitos alimentares
Redigido por Daniel Romero Goulart
Há mudanças significativas acontecendo em cidades ao redor do mundo, especialmente na União Europeia, em relação ao consumo de carne e laticínios. Muitos acreditam que essas cidades estão proibindo esses alimentos, mas na verdade estão incentivando o consumo de vegetais como parte de uma estratégia para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover um futuro mais sustentável.
O Plant Based Treaty, lançado em 2021, é uma iniciativa que busca chamar a atenção para o impacto da produção de alimentos na emissão de gases de efeito estufa. Embora não seja vinculativo, o tratado tem sido apoiado por várias cidades ao redor do mundo, incluindo Los Angeles, Amsterdã e Edimburgo.
Essas cidades estão adotando diferentes abordagens para incentivar o consumo de alimentos à base de vegetais, desde a redução da carne e laticínios servidos em instituições até o incentivo ao consumo de alimentos de alta qualidade, sustentáveis e de origem local. Além disso, o tratado pressiona para que não sejam desmatadas novas terras para a pecuária e para que os ecossistemas e as florestas sejam restaurados.
O impacto ambiental da produção de carne e laticínios é significativo, com a pecuária sendo responsável por cerca de um terço das emissões de metano, um potente gás de efeito estufa. Além disso, a produção de carne e laticínios requer grandes quantidades de água, em comparação com alimentos à base de vegetais.
A situação global motiva membros de partidos verdes ao redor do mundo a tomarem decisões pragmáticas, repensando a forma de viver e agir. Um exemplo disso está contido no trecho “Em Edimburgo, temos planos climáticos bastante ambiciosos, quer se trate de energia ou de modernização dos transportes públicos, mas nos faltava uma parte fundamental, que era a alimentação”, disse Ben Parker, membro do Partido Verde Escocês na Câmara Municipal de Edimburgo, a qual aprovou o tratado no início de 2023. (BUCKLEY. 2024).
Estudos têm mostrado que dietas veganas têm um impacto muito menor no meio ambiente, resultando em menos emissões de gases de efeito estufa, menos utilização de água e menos perda de biodiversidade. Reduzir o consumo de carne e laticínios pode ter um impacto significativo nas emissões de gases de efeito estufa, equivalente a tirar milhões de carros de circulação.
Embora algumas pessoas tenham reclamado das medidas adotadas por essas cidades, argumentando que são uma tentativa de impor um imposto sobre a carne ou controlar a dieta das pessoas, os líderes locais enfatizam que o objetivo é promover escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis. A adoção do Plant Based Treaty representa um passo importante em direção a um futuro mais sustentável, onde o consumo de alimentos à base de vegetais desempenha um papel fundamental na redução das emissões de gases de efeito estufa e na proteção do meio ambiente.
Referência
BUCKLEY, Cara. Estas cidades não estão proibindo a carne. Elas só querem que você coma mais vegetais. Publicado no The New York Times em 25 de março de 2024. Disponível no Estadão. Link: