Desafios de implementar combustível verde no setor aéreo
Redigido por Daniel Romero Goulart
Um dos grandes desafios enfrentados pelo setor aéreo atualmente é sua busca por sustentabilidade e, como consequência, a redução das emissões de carbono. O SAF (sigla em inglês de combustível sustentável de aviação) surge como possível solução já que esse tipo de combustível seria capaz de reduzir em até 80% as emissões de carbono. Com a meta de zerar as emissões até 2050, as companhias aéreas estão enfrentando dificuldades na transição para combustíveis mais sustentáveis devido à capacidade de produção ainda limitada. Isso evidencia a necessidade de adotar medidas complementares, como a renovação da frota e medidas no solo, para aumentar a eficiência operacional e reduzir as emissões.
Ao estudar as questões climáticas e energéticas do mundo contemporâneo, bem como os projetos de redução de emissão de gases propostos pela União Europeia, a Cátedra Jean Monnet busca analisar a interação entre normas e ações dos Estados na implementação de soluções para redução de emissões. No caso desta notícia destaca-se a necessidade das companhias aéreas se prepararem para um custo adicional por emissões de carbono a partir de 2027 devido ao Corsia, um acordo internacional que determina a compra de créditos para compensar as emissões excedentes. O gerente de Sustentabilidade da Azul, Filipe Alvarez, fez o seguinte comentário sobre a situação: “O investidor sabe que o carbono vai significar uma conta extra. Portanto, quanto menos eu emitir, melhor e mais barata a operação será” (ESTADÃO, 2024). O posicionamento de Filipe Alvarez revela o interesse tanto do setor privado para efetuar mudanças na matriz energética do setor aéreo.
O governo exige que o setor aéreo reduza seu impacto ambiental, destaca o líder em Políticas Públicas e Parcerias em Sustentabilidade para América Latina e Caribe da Boeing, Otávio Cavalett. “Só vai existir um futuro para a aviação se ele for mais sustentável. Não temos outra opção. É uma demanda da sociedade”, afirma (ESTADÃO, 2024). Os pontos de vista compartilhados ressaltam a importância de buscar soluções sustentáveis e eficazes para reduzir as emissões de carbono. No começo de abril, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei (PL) do “Combustível do Futuro”. A matéria, agora em curso no Senado, determina que as empresas aéreas precisarão incluir 1% de SAF nos tanques a partir de 2027. Essa proporção aumentará 1 ponto porcentual a cada ano, alcançando 10% de SAF na mistura do combustível em 2036. Com isso, fica a cargo das empresas acompanhar ou acelerar a adoção do SAF, equacionando as demais medidas para entregar as metas (ESTADÃO, 2024).
Outro fator importante que a notícia destaca é a importância de um mix de soluções para alcançar a meta de descarbonização, incluindo a compra de aviões mais modernos e iniciativas complementares de logística. A necessidade de explorar oportunidades domésticas e globais para a transição para um modelo de crescimento verde emplaca grandes desafios que são constantemente enxergados nos pilares de Economia Circular e Crescimento Verde.
Em suma, a notícia ressalta os desafios enfrentados pelo setor aéreo na busca por sustentabilidade e a importância de adotar medidas integradas para reduzir as emissões de carbono. Esses desafios destacam a relevância e a urgência de buscar soluções sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento verde.
ARAÚJO, Luiz. CALMON, Elisa. Com combustível verde longe, as aéreas buscam opções para poluir menos. Disponível no Estadão. Publicado em 7 de abril de 2024. Link:https://www.estadao.com.br/economia/negocios/aereas-medidas-descarbonizacao-saf/